Mandala,
coletivo de diversidade sexual e livre orientação de gênero, vem por meio
deste, divulgar à comunidade da UFSCar nosso posicionamento frente ao processo
eleitoral do Diretório Central dxs Estudantes (DCE).
O
processo democrático é uma construção histórica, conquistado com muita luta.
A UFSCar tem um passado de esforço por esse processo, isso fica claro
pelo modo como são escolhidos a reitoria e as chefias de centro, departamento e
curso. Esperamos que a democracia seja reforçada nessas eleições e que a
comunidade UFSCar construa, junto à gestão do DCE, uma universidade pública,
gratuita e de qualidade, livre de todos os tipos de preconceito e
discriminação.
O
Coletivo Mandala não apoiará nenhuma chapa candidata ao DCE, uma vez que dentro
do nosso coletivo temos membros e apoiadores de mais de uma chapa, e que
visamos a liberdade democrática de todos os integrantes. Assim, o coletivo
optou por não sair em apoio a nenhum dos participantes do pleito. Todavia, cobramos
de todas as chapas concorrentes o compromisso com a comunidade LGBT, apoiando
suas pautas e lutando pelo fim do machismo, do racismo e da LGBTfobia dentro e
fora da universidade.
Repudiamos
toda e qualquer manifestação de transfobia que tenha ocorrido durante esse
processo eleitoral, assim como qualquer outro ato de preconceito que ainda
possa ocorrer. Nesse sentido, devido às denúncias feitas, indicamos o
NÃO VOTO na chapa Renovação, que tem se mostrado transfóbica e contra a
liberdade LGBT. Outro fator determinante para esta decisão é que o Mandala
acredita que o DCE deve ser multicampi, deste modo, não podemos apoiar uma
chapa que não tenha um representante de Sorocaba, ainda mais sendo nós um
coletivo sorocabano.
Como
pauta de luta, a qual pedimos o apoio de todas as chapas, temos as seguintes
revindicações:
1.
Assistência estudantil LGBT: muitos jovens ao chegar na universidade e
encontrar um espaço com maior abertura, ou por estar com mais maturidade e
consciência do que sentem, resolvem assumir sua sexualidade e/ou identidade de
gênero para a família, alguns desses jovens acabam sendo expulsos de casa,
abandonados pela família e ficam desamparados para continuar os estudos. Sendo
assim, se faz necessário que a universidade tenha um programa de assistência a
LGBTs que se encontram nessa situação, garantindo moradia e alimentação a fim
de reduzir a marginalização dessas pessoas cuja orientação sexual e/ou de
gênero sofre ainda discriminação pela sociedade, condenando essas pessoas a
situações de injustiça e opressão;
2.
Implementação da normativa que permita a utilização dos banheiros por
pessoas trans e não-binárias: uma das coisas mais simples da vida é a
utilização dos sanitários, mas isso pode se tornar uma experiência horrível
para pessoas trans ou não-binárias. Todo o desconforto é sempre proveniente da
mentalidade transfóbica e discriminatória que não reconhece nem legitima as
identidades trans e não-binárias. Para evitar violência e discriminação, essas
pessoas devem ter garantido o seu direito de usar o sanitário que lhe deixar
mais confortável e segura. A implementação de uma normativa que garanta essa
liberdade de utilização dos sanitários é um passo adiante no processo de
aceitação social dessas pessoas e sua identidade;
3.
Apoio do DCE às atividades do Mandala e demais coletivos LGBT da
Universidade: o DCE deve afirmar seu compromisso com todxs xs estudantes a
partir de uma postura de apoio à diversidade sexual e de gênero, portanto deve
encorajar e auxiliar de todas as formas possíveis os grupos e coletivos que se
organizam para esse fim, demonstrando o apoio às nossas causas que buscam o
bem-estar social e o fim das (LGBT)-fobias;
4.
Campanha de prevenção DST/AIDS: O número de pessoas que vivem com
HIV/AIDS tem crescido nos últimos anos, principalmente entre os jovens,
independente da orientação sexual. A falta de informação e conscientização
sobre os meios de transmissão das doenças ainda é o principal fator para o
aumento do número de casos. Deste modo se faz necessária a existência de uma
campanha constante para a informar aos estudantes, juntamente com a
distribuição de preservativos masculinos e femininos.
5.
Combate ao preconceito contra pessoas que vivem com HIV/AIDS: campanhas
de prevenção não bastam. Vivemos em sociedade e com pessoas que levam suas
vidas adiante mesmo com HIV/AIDS. Essas pessoas não devem sofrer discriminação
por conta da sua condição de saúde, já que esta não influencia em todos os
fatores da sua vida. Pessoas que vivem com HIV/AIDS podem seguir suas vidas
normalmente e o DCE deve ter compromisso com a disseminação de informações a
respeito, numa luta que seja pelo fim da discriminação, sempre.
Sem mais,
Coletivo Mandala - UFSCar campus Sorocaba
23
de Abril de 2015
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