Tenho 23 anos, sai recentemente do armário, sai recentemente
de casa e sai finalmente da vivência heteronormativa que estava presa em mim.
Namorei homens e vocês podem falar : nossa, mas porque essa
mudança repentina?
Sinceramente, não foi repentino, fiquei tempo demais
presa a sociedade, presa a querer sempre
agradar minha família, presa a sempre fazer a vontade dos outros e esquecendo
de mim a ponto de não ser mais eu.
O mais interessante desse processo todo é que quando se sai
do armário, descobri diversas coisas sobre si mesmo que estavam tão guardadas e
desconhecidas até então.
Tocar outra mulher, ver seu sorriso, compartilhar diversos
momentos deliciosos e em momento pensar no que a sociedade falocêntrica impõe.
A mulher é moldada desde pequena a não ter prazer, nem em
relações heterossexuais e quando você percebe e aceita que seu prazer é com
outra mulher, surge diversos pensamentos confusos e a certeza de que: você vai
se sentir sozinha, diversas vezes, pois nem sua família vai te aceitar.
Lésbicas são mulheres que vivem a mercê de todo um sistema
moldado para o prazer do homem, e quando esse prazer não existe mais, elas
também acabam não existindo, pois sempre são deslegitimadas e esquecidas.
A história narra poucas e ainda traz pouco de sua vivência,
sem criar um grande cenário, como no caso de homens.
A mulher se torna guerreira, se tornar ciente de si em todos
os espaços e por isso é tão importante a semana de
visibilidade, pois, nós existimos, em todos os lugares.
Vocês podem nos apagar, mas sempre vai ter uma de nossas
irmãs erguendo a bandeira do nosso amor, do nosso prazer e da nossa real
felicidade.
Aceitem e sofram menos.
Texto escrito por uma
das companheira do coletivo
Obrigado!
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